



Mantendo a tradição, o Município de Castanheira de Pêra voltou a acolher a prova de abertura no Calendário Desportivo 2024 do NDML – Núcleo Desportos Motorizados de Leiria. E a Praça da Notabilidade, continuou como “Quartel General” e ponto de partida e chegada, das três dezenas de equipas, em competição que se dividiram pelas categorias Clássicos e Desportivos e foram distintamente classificadas. Como importante registo, a presença de seis equipas estrangeiras no 11º Rallye de Inverno, que dá relevo ao crescente cariz internacional do evento.
Ao longo do dia de sábado, 27 de janeiro, foram percorridos aproximadamente 190 quilómetros, de entre eles 59 cronometrados, em excelentes estradas asfaltadas da região centro. Num sistema de dupla ronda por 4 especiais de classificação: Praia das Rocas, Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra.
E neste início de temporada, para quem não acompanha de perto as provas de Regularidade Sport Plus, implementadas no Series by NDML, importa perceber-se a sua principal característica regulamentar. Que é o modo de apuramento da classificação final, nesta prova, dividida por duas categorias: Clássicos e Desportivos, ser apurada pelos pontos de penalidade acumulados e, os concorrentes ordenados por ordem descendente a partir do primeiro lugar, em função do menor número de pontos somados.
Em traços gerais funciona assim: registado, a cada concorrente o tempo da primeira passagem por cada uma das especiais. Os pontos de penalidade somam-se, na proporção da diferença entre esse registo e o verificado na sua segunda passagem pelas mesmas especiais. Em conclusão, para não se somarem pontos de penalidade é necessário repetir com exatidão, na segunda passagem, o tempo registado na primeira.
O Rallye de Inverno, de seu nome, correu-se num dia primaveril e registou quente temperatura na luta entre os carros Clássicos. Com o “termómetro das penalidades”, a registar no final, a diferença mínima de 5 décimas de ponto, suficiente para atribuir a vitória à dupla Manuel Alves e Alexandre Gomes num BMW 320i. Registando ainda, que entre todas as equipas que concluíram a prova, a sua era a menor soma de pontos de penalidade, com 715,80 acumulados a valeram vitória na categoria e, como cereja no topo da prestação da equipa, a vitória à geral no rallye.
Bem aquecida, chegou a ser “incandescente” a luta entre os vencedores e a dupla segunda classificada, porque os primos Jorge Baptista e José Jorge, no Peugeot 205 GTi venderam cara a derrota. A “temperatura” começou a subir logo a partir da primeira passagem pela Praia das Rocas, e foi crescendo até à derradeira especial Castanheira de Pêra 2, por influência da constante alternância na liderança. Mas o “termómetro” registou no final 716,30 “graus” na soma de penalidades.
Num ritmo mais a condizer com o dia, muito menos quente que o da luta pela vitória, andou o BMW 316 da dupla João Gago e Carlos Morgado, que concluiu a prova no lugar mais baixo do pódio dos Clássicos, somando mais 27,30 pontos de penalidade que os vencedores, na sua conta particular.
Foi surpreendente a prestação da estreante dupla espanhola Juan Carlos Castro e Gustavo Portela, que viajou da Galiza para dominar e vencer entre os concorrentes em carros Desportivos. Não deixando margem para dúvidas pelo andamento seguro e constante que demonstrou ao longo da prova e ao final das contas registou ainda a terceira menor soma de pontos à geral, com os 717, 90 averbados.
Mais 34,8 pontos de penalidade somaram os portugueses Alexandre Raposo e Carlos Grazina, que terminaram na segunda posição da categoria, com um Peugeot 106. Também a luta pela posição de vice entre os Desportivos, foi acirrada e relevante. Porque não foi fácil de bater o Peugeot 106 Rallye da dupla “familiar” João M. Susano e João C. Susano, que se resignou com o lugar mais baixo do pódio, pela escassa diferença de 7 décimas de ponto, depois de um dia intenso.
Concluído o 11º Rallye de Inverno, manteve-se o habitual consenso relativamente à excelência das especiais, numa região tradicionalmente ligada às atividades desportivas, com relevo para as provas motorizadas do NDML e historicamente ao Rally de Portugal. Também, quanto à segurança e qualidade organizativa, que são marcas de prestígio do Clube. E ao extraordinário acolhimento do Município de Castanheira de Pêra, ao evento e a todos os que nele participam, com o envolvimento direto do seu Presidente António Henriques, que convicto afirmou: ”O evento está consolidado no nosso território e estamos já a pensar na 12ª edição”.